Alberto
Frederico de Moraes Lamego nasceu em Cabuçu, em Itaboraí/RJ em 09 de outubro de
1870. Era filho dos portugueses comendador José Maria de Moraes, da cidade de
Lamego, acrescido ao seu nome, e Sofhia Violante Jardim, da Ilha da Madeira.
Alberto Lamego faleceu em 24 de novembro de 1951, no Rio de Janeiro, sendo
sepultado em Campos.
Sua
biografia, no Instituto de Estudos Brasileiros, é bastante resumida. Conta que
ele cursou por três anos a Faculdade de Direito de Recife, mas formou-se em
Ciências Jurídicas e Sociais em 1892, em São Paulo. Depois que bacharelou-se,
atuou no Rio de Janeiro e, depois, instalou-se em Campos dos Goytacazes, onde
casou-se com Joaquina Maria do Couto Ribeiro, filha do comendador Cláudio do
Couto e Sousa, proprietário do Solar dos Ayrizes.
O casal
teve oito filhos: Maria Sofia Lamego Braga, Alberto Ribeiro Lamego, Cláudio
Ribeiro Lamego, Maria Francisca Ribeiro Lamego, Maria Eugenia Ribeiro Lamego,
Maria da Conceição Lamego Viana, José Maria Ribeiro Lamego e a filha que nasceu
em Portugal, em 23 de março de 1909, Maria de Jesus Lamego.
Em Campos,
Alberto Frederico de Moraes Lamego foi advogado, escreveu em jornais e exerceu
cargos federais, até 1906, quando viajou para a Europa, fixando-se em Lisboa,
Paris, Bruxelas e Londres nos 14 anos que viveu no “Velho Continente”.
Em todo
esse tempo, frequentou arquivos e copiou muitos documentos relativos à História
do Brasil, principalmente de Campos, assim como frequentou livrarias e adquiriu
obras raras que originaram sua coleção Brasiliana, adquirida mais tarde, em
1935, pelo Governo do Estado de São Paulo e entregue à Universidade de São
Paulo, até que foi transferida definitivamente, em 1968, para o Instituto de
Estudos Brasileiros.
Residindo
no Solar dos Ayrizes, que lhe pertencia por herança de sua esposa, escreveu
diversas obras, sendo a principal delas, para os campistas, A Terra Goytacá à
Luz de Documentos Inéditos, em oito volumes, sendo os três primeiros volumes
impressos em Paris/Bruxelas, em 1913 e os demais, no Brasil.
Alberto
Frederico de Moraes Lamego foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, do Instituto Archeológico de Pernambuco, do Instituto Histórico de
São Paulo, da Universidade Hispano-Americana de Santa Fé de Bogotá e da
Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos.
Publicou
seus estudos em vários jornais da região e do Brasil, bem como nas revistas do
Instituto Histórico e da Academia Brasileira de Letras.
Com a
implantação da República portuguesa em 1910, as ordens religiosas (as
assistenciais e educadoras, pois as demais haviam sido expulsas pela Monarquia)
são proibidas e padres e freiras expulsos. Os colégios religiosos fechados
(encampados pelo Estado).
Os filhos
de Alberto Lamego estudavam nas escolas religiosas, que cessaram suas
atividades. Ele reúne a família e se muda para Bruxelas, na Bélgica. Começando
a I Guerra Mundial em 1914, os alemães invadiram a Bélgica e Alberto Lamego,
com sua família, muda-se para Londres, onde permanece até o final da guerra, em
1918.
No período
da guerra (1914/1918), A família Lamego prestou auxílio a muitos brasileiros.
Como nação não envolvida na guerra, os alemães respeitaram a bandeira
brasileira que Alberto Lamego colocou em sua residência. Como ajudou a outras
pessoas que resistiam à invasão alemã, além de defender a autonomia belga, o
rei da Bélgica condecorou Alberto Lamego por serviços prestados naqueles anos.
Retornando
ao Brasil, Alberto Frederico de Moraes Lamego viveu entre Campos (inclusive
tendo sido diretor do Liceu de Humanidades de Campos) e Rio de Janeiro, cidade
onde faleceu em 1951, aos 81 anos de idade. Foi sepultado em Campos.
Alberto
Frederico de Moraes Lamego deixou uma vasta obra, que será lembrada associada ao seu nome, considerando ter sido escolhido patrono da Cadeira nº. 03 da Academia Pedralva Letras e Artes.
Fonte: http://www.camaracampos.rj.gov.br/emugle/noticias-emugle/987-alberto-frederico-de-moraes-lamego
(Acesso em 17/07/2018)